A Bart Digital, que nasceu para digitalizar recebíveis e garantias do agronegócio, tem ampliado seu leque de serviços relacionados a crédito e projeta um forte crescimento em 2023. Os negócios registrados dentro de sua plataforma alcançaram R$ 18 bilhões nos últimos três anos, montante que a CEO Mariana Bonora quer dobrar já no ano que vem.
“O segredo é que vimos muita gente apresentando soluções complexas quando o campo precisava de algo simples”, disse a executiva ao Valor. “Agora, estamos colocando no ar produtos que são inerentes a empréstimos com valores maiores, por isso acreditamos nesse crescimento.”
A startup não empresta dinheiro diretamente, mas fornece inteligência para as empresas que financiam o agricultor reduzirem seus riscos. Em um crescente mercado de crédito privado, Mariana acredita que as soluções da Bart serão cada vez mais demandadas, inclusive por distribuidoras e cooperativas.
“São tecnologias que diminuem custos operacionais. Aumentar a quantidade de informações disponíveis e adotar mecanismos de proteção são essenciais para que todo esse movimento de modernização seja eficaz e para que o campo possa recorrer a alternativas como o mercado de capitais”, disse ela.
Hoje, a Bart atende clientes de mais de 330 municípios brasileiros, em 17 Estados. Sua tecnologia é usada principalmente para grandes cultivos, como soja, milho e cana, mas a ideia é avançar também sobre cultivos menores populares daqui para frente.
“Há um interesse nítido de investidores para emprestar recursos, mas o problema maior é que eles querem operações em culturas que já têm muito crédito. Culturas menos ‘tradicionais’ continuam subentendidas”, afirmou Mariana. “Há um desconhecimento do mercado em relação ao potencial desses nichos, e uma forma de ajudar a mudar isso é oferecendo formmas de análise para mitigação de riscos”.
Fonte: Valor Econômico
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