Os efeitos do aquecimento global sobre a produção de pólen pelas plantas pode diminuir a produtividade de cultivos como café e promover o desaparecimento de frutos como maracujá, maçã e melão. A informação foi divulgada pelo biólogo Cristiano Menezes, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Meio Ambiente.
Com o aumento da temperatura global, assunto já alertado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), pode ocasionar efeitos diretos na reprodução das plantas. O pólen, componente fundamental da fecundação das espécies do mundo vegetal, pode estar em ameaça com o crescimento do calor.
A polinização é o processo pelo qual as plantas se reproduzem. O grão de pólen é levado das anteras, órgão masculino de uma flor, para o estigma, órgão feminino de mesma espécie ou de outra.
Um ponto tem preocupado os cientistas, o calor é um assassino do pólen. Mesmo com uma água adequada, o calor pode danificar o pólen e impedir a fecundação em diversas culturas. Por essa razão, os agricultores almejam que as plantas floresçam antes que a temperatura suba.
À medida que as mudanças climáticas aumentam o número de dias em que as temperaturas passam de 32º C em regiões ao redor do mundo, e vários dias prolongados de calor extremo se tornam mais comuns, conseguir acertar o momento ideal pode se tornar um desafio. Diante de um futuro mais quente, pesquisadores ao redor do mundo estão buscando maneiras de ajudar o pólen a vencer o calor.
Eles buscam descobrir genes que podem levar a variedades mais tolerantes a altas temperaturas e criando cultivares (novas raças) capazes de sobreviver ao inverno e florescer antes do calor vir à tona. Os cientistas estão sondando os limites precisos do pólen e até mesmo colhendo em larga escala para pulverizar diretamente as plantações quando o clima melhorar.
*Texto adaptado do G1 Agro
Comentarios